Mesmo nos livros proféticos dirigidos ao povo escolhido, é comum achar
trechos que contêm avisos para outras nações (veja Isaías 10-22; Jeremias 46-
51, Amós 1 e Sofonias 2). Ezequiel, também, contém uma parte dedicada às nações gentias.
Nesta e na próxima lição, vamos estudar as profecias sobre outras nações nos capítulos 25 a 32.
Nesta lição, consideraremos as profecias sobre os povos vizinhos de Judá – os amonitas, os
moabitas, os edomitas, os filisteus, e as cidades de Tiro e Sidom. Na próxima, veremos as profecias
sobre o Egito (capítulos 29 a 32). A mensagem destas profecias é clara e importante: Deus exerce
controle e julgará até as nações mais fortes.
Uma lição que devemos aprender deste trecho do livro é a abrangência do domínio divino.
Enquanto as nações gentias não participavam de uma relação especial como “o povo escolhido”
(uma comunhão especial limitada ao povo de Israel), elas ainda tinham a obrigação de reconhecer
a soberania de Deus e a responsabilidade de seguir os princípios divinos de moralidade, ética, etc.
Isaías descreve o padrão que servia como base para o julgamento divino das nações como “a
aliança eterna” (Isaías 24:5). Os conceitos básicos de santidade e justiça são características do
próprio Senhor, e assim fazem parte de todos os padrões que ele já deu aos homens.
Uma segunda lição é a fraqueza daqueles “poderes” dominantes no mundo. Nestas duas lições,
vamos observar a ênfase nos povos do Egito e de Tiro. Comentários no texto e informações
históricas sugerem que estas duas nações sofreram menos do que a maioria das outras durante
o período do domínio assírio na região. É possível que alguns israelitas tenham encontrado algum
motivo de esperança e coragem na força aparente do Egito e de Tiro, pensando que eles também
teriam condições de resistir a Babilônia. Ezequiel apresenta a resposta de Deus a qualquer noção
deste tipo, mostrando que estes povos poderosos, também, seriam julgados pela mão poderosa
do Senhor.
Nestas lições, vamos destacar principalmente a estrutura básica destas profecias sobre as nações.
Alunos que quiserem mais informações poderão procurar relatos históricos e outros comentários
bíblicos sobre os mesmos povos para ver como Deus cumpriu a sua palavra referente às nações.
I. Profecia contra Amom (25:1-7)
A. O crime dos amonitas: Eles se alegraram e zombaram quando Jerusalém caiu (25:3,6).
Veja a observação sobre a data destas profecias nos comentários abaixo sobre Tiro (26:1)
B. O castigo deles:
1. Seriam entregues aos “filhos do Oriente” (25:4)
2. Rabá se tornaria um lugar de repouso para animais (25:5)
3. Seriam destruídos (25:7). Jeremias 49:6 esclarece a intenção de Deus, mostrando que
alguns amonitas sobreviveriam
II. Profecia contra Moabe (25:8-11)
A. O crime dos moabitas: Não reconheceram o lugar especial de Judá entre as nações (25:8).
O povo de Judá foi o povo escolhido por Deus, e os judeus eram parentes dos moabitas.
Não deviam ter considerado estes vizinhos como nação qualquer42 Estudo do Livro de Ezequiel
B. O castigo deles:
1. Deus abriria espaço onde eles tinham cidades (25:9)
2. Seriam entregues, junto com os amonitas, “aos povos do Oriente” (25:10-11)
III. Profecia contra Edom (25:12-14)
A. O crime deles: Comportamento vingativo para com o povo de Judá (25:12)
B. O castigo deles:
1. Deus faria da terra deles um deserto (25:13)
2. Ele usaria Israel como seu instrumento para executar a ira contra Edom (25:14)
IV. Profecia contra a Filístia (25:15-17)
A. O crime deles: Comportamento vingativo, aparentemente contra o povo de Israel (25:15)
B. O castigo deles:
1. Deus eliminaria os queretitas (25:16). Pela citação aqui, deduz-se que os queretitas
tenham sido filisteus ou um povo vinculado aos filisteus (cf. 1 Samuel 30:14)
2. O resto do povo da costa seria destruído (25:16)
V. Profecia contra Tiro (26:1 - 28:19)
A. A referência à data em 26:1 coloca esta profecia ou, pelo menos, a primeira mensagem
nesta série, no mesmo ano da queda de Jerusalém (587/586 a.C.). Este versículo não
identifica o mês, mas o contexto mostra que estas profecias foram feitas depois da queda
de Jerusalém, que aconteceu no quinto mês daquele ano (cf. 2 Reis 25:8-9)
B. O crime deles: Zombaram de Jerusalém quando a cidade caiu (26:2)
C. O castigo deles (26:3-21):
1. Deus enviaria muitas nações para destruir Tiro (26:3-4)
2. A cidade seria varrida e deixada como uma pedra lisa (26:4)
3. Tiro se tornaria lugar para
esticar redes de pescadores
para secarem (26:5)
4. As filhas (as cidades menores
dependentes de Tiro) seriam
mortas (26:6)
5. Nabucodonosor seria usado por Deus para liderar o cerco de Tiro e a destruição das
cidades filhas (26:7-13). A história confirma que Nabucodonosor cercou a cidade de
Tiro entre 585 e 572 a.C., levando à queda da cidade de Tiro e, posteriormente, a
destruição total da cidade continental
6. Aquela cidade nunca seria reconstruída (26:14,20-21). Observação: Existe hoje uma
cidade de Tiro no Líbano, mas não é a mesma cidade continental. O entulho da cidade
antiga foi usada para fazer um molhe e a nova cidade foi construída próxima à costa
D. As reações dos vizinhos de Tiro à queda da cidade (26:15-18)
1. Os “príncipes do mar” – os poderosos da região da costa – ficariam pasmos (26:15-16)
2. Os povos vizinhos lamentariam a queda de Tiro (26:17-18). A cena aqui lembra um
velório, introduzindo a descrição que virá nos versículos seguintes
E. Estendendo a imagem de uma procissão funerária, Deus fala da descida da cidade à cova,
da qual nunca voltaria (26:19-21)
F. Ezequiel faz uma lamentação sobre Tiro, usando a figura de um grande navio que
naufragou (27:1-36)
1. Ele descreve Tiro como um navio impressionante, construído por trabalhadores de
várias nações usando materiais de primeira qualidade (27:1-11)
2. Uma vez que o navio foi construído, ele foi envolvido no comércio com muitas nações,
adquirindo sua riqueza e seu poder dos povos (27:12-24). Vamos observar alguns dos
mesmos nomes no capítulo 38, onde daremos mais atenção ao significado destas
listas de povos
3. Tiro e seus dependentes cairiam em ruínas, como se fosse o naufrágio deste “navio”
(27:25-27)
4. As outras nações que faziam negócios com Tiro lamentariam o naufrágio (27:28-36)
G. Deus avisa sobre o destino do rei de Tiro (28:1-19)
1. O príncipe de Tiro se exaltou como se fosse Deus, achando-se invencível. Mas Deus
humilharia este homem (28:1-10)
a. Como a arrogância de outros reis (a mesma atitude de muitos governantes hoje), o rei de Tiro mostrou seu orgulho em se gabar como se fosse o responsável pela prosperidade do seu reino
b. Evidentemente com um tom de ironia, Deus diz que este rei se achava mais sábio que Daniel
2. O rei de Tiro, pela sua maldade,havia rejeitado as bênçãos do favor divino. Foi como se tivesse abandonado a beleza do Éden ou renunciado uma posição como querubim na presença de
Deus (28:11-19)
VI. Profecia contra Sidom (28:20-26)
A. O crime deles: Trataram o povo de Israel com desprezo (28:24)
B. O castigo deles:
1. Sofrimento de doenças graves (28:23)
2. Mortes violentas (28:23)
C. A queda de Sidom completaria a remoção dos vizinhos de Israel que desprezavam o povo
escolhido (28:24-26)
D. Deus seria santificado pela aplicação da justiça (28:22)
Conclusão: O povo de Israel merecia o castigo e seria severamente disciplinado por Deus. Mas
as nações ao seu redor que achavam prazer no sofrimento do povo escolhido enfrentariam castigos
até mais severos. Olhando no mapa, podemos ver que as profecias destes capítulos tratam de
vizinhos de praticamente todos os lados – norte, sul, leste e oeste. Os que zombavam de Israel ou
maltratavam o povo escolhido teriam que responder para Deus.
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