2:1 S Os críticos se referem a esta data do “segundo ano do reinado de Nabucodonosor”
como prova de que o livro não foi inspirado porque, dizem eles, Daniel, por este tempo, não
poderia ter terminado seus três anos de preparação. Mas, de acordo com o sistema
babilônio de contagem, o segundo ano de Nabucodonosor seria realmente seu terceiro ano
no trono, desde que um ano não seria contado enquanto não se completasse (veja 1:1).
Portanto, isto não contradiz a possibilidade do sonho ter ocorrido no fim do “segundo ano”
de Nabucodonosor, e que Daniel assim interpretou o sonho logo que ele tivesse
completado seu terceiro ano de preparação. Outra explicação plausível é que Daniel e seus
três amigos estavam ainda em preparação, mas bastante avançados para serem contados
entre os sábios, 2:14-18,24-28.
2:2-3 S Mágicos, astrólogos, feiticeiros e caldeus representam todos os tipos de sábios na
Babilônia. Ainda que Caldeia literalmente descrevesse o território ao sul da Babilônia, o
termo “caldeus” chegou a representar a nata da sociedade babilônia, homens de grande
conhecimento que influenciaram os negócios políticos e religiosos do reino.
2. Os sábios perguntaram primeiro sobre o sonho para que pudessem interpretá-lo, 2:4-13.
2:4 S Come çando neste versículo e continuando até 7:28, os manuscritos existentes de
Daniel são escritos em aramaico (siríaco). Todo o restante do livro é escrito em hebraico
(veja a Introdução). O aramaico era a língua predominante falada no reino e foi adotada até
pelos exilados judeus, que continuaram a falá-la quando retornaram à Palestina.
2:5-6 S O decreto do rei punha à prova a autenticidade destes sábios. Se tivessem
realmente capacidade sobrenatural, eles poderiam revelar a Nabucodonosor tanto o sonho
como a interpretação. Se pudessem fazer isso receberiam grande honra, mas se não
pudessem, então morreriam.
2:7-9 S Eles começaram a ganhar tempo repetindo o pedido para que o rei revelasse seu
sonho. Nabucodonosor percebeu o seu estratagema de preparação de mentiras quando
eles se detiveram algum tempo na esperança de que a situação pudesse mudar. Mas se
recusou a alterar o seu decreto.
2:10-11 S Eles descreveram a exigência do rei como insensata e impossível. Naturalmente,
isto era admitir que eles eram embusteiros.
2:12-13 S Nabucodonosor enfureceu-se e emitiu o decreto para que os sábios fossem
mortos. Isto incluía Daniel e seus companheiros.
3. Daniel pede tempo para revelar o sonho, 2:14-16.
2:14-16 S Quando Arioque, o capitão dos algozes do rei, veio prender Daniel, ele lhe fez
saber tudo o que tinha acontecido. Daniel requereu ao rei que lhe desse tempo para estudar
o sonho e sua interpretação.10
B. Daniel rende glória a Deus pela revelação do sonho, 2:17-30.
1. A oração e a resposta quando o pedido é concedido, 2:17-23.
2:17-18 S A fé de Daniel em Deus era inabalável. Ele tinha firme esperança que este segredo
seria revelado, mas buscou seus três companheiros para juntarem-se a ele em orações a
Deus, pedindo a revelação. A confiança não lhe permitiu esquecer sua dependência de
Deus.
2:19-22 S O s egredo do sonho foi rev elado numa visão noturna e Daniel, agradecido,
louvou o Deus do céu.
“Dele é a sabedoria e o poder” (Ele é absoluto em todos os seus caminhos).
“É ele quem muda o tempo e as estações.” (Comanda a ascensão e a queda dos reinantes
da terra).
“Remove reis e estabelece reis.” (Deus é o supremo dominador do universo).
“Dá sabedoria aos sábios...” (É a fonte da sabedoria).
“Ele revela o profundo e o escondido” (É capaz de conhecer o futuro).
2:23 S Daniel agradeceu a Deus pela sabedoria e poder concedidos a ele. Qualquer êxito
que tivesse com Nabucodonosor não seria por sua própria força, mas pela de Deus, e
Daniel humildemente reconhecia esse fato.
2. Daniel louva a Deus diante de Nabucodonosor, 2:24-30.
2:24-25 S Daniel persuadiu Arioque a não matar os sábios porque agora ele poderia
satisfazer o pedido do rei. Arioque levou Daniel rapidamente a Nabucodonosor.
2:26-28 S Daniel reconheceu que nenhum homem, por si só, tinha capacidade para revelar
segredos. Somente Deus no céu tem essa capacidade. Daniel falou ousadamente do Deus
verdadeiro ao rei pagão e idólatra. A expressão “últimos dias” sempre se refere à era
messiânica ou àqueles dias que precederam o período messiânico, quando o reino de Deus
seria estabelecido (veja Gênesis 49:1,9-10; Números 24:14,17; Isaías 2:2-3). É o mesmo
período do qual Joel falou (2:28-32), citado por Pedro no Pentecostes e aplicado ao seu
próprio tempo (Atos 2:17). O período dos “últimos dias” está em contraste com “os tempos
passados” quando Deus ainda planejava as dispensações futuras na terra para o homem
(veja Hebreus 1:1-2). Estamos agora vivendo nos “últimos dias” na terra porque, depois
disto haverá julgamento e eternidade (1 Coríntios 15:23-26).
2:29-30 S Daniel afirma claramente que ele é apenas o instrumento através do qual Deus
está dando a conhecer a história mesmo antes que ela ocorra.
A revelação e a interpretação do sonho de Nabucodonosor, 2:31-49.
1. O sonho, 2:31-35.
2:31-33 S Nabucodonosor tinha visto em seu sonho uma imagem brilhante e terrível
composta de diferente s metais. A cabeça era de ouro; o peito, de prata; o abdômen de
bronze; as pernas de ferro e os pés de ferro e argila.
2:34-35 S Uma pedra talhada sem o auxílio de mãos (de origem divina) feriu a imagem de
modo que ela foi demolida. Então a pedra se tornou uma grande montanha que encheu
toda a terra.
2. A interpretação do sonho, 2:36-45.
2:36-38 S Nabucodonosor ou, realmente, o reino de Babilônia, é representado pela cabeça
de ouro. Este era um grande império, um domínio governando o mundo. Deus era a fonte11
A História é Contada Antes de Acontecer
Da n ie l 2:3 1 -4 5
OURO (Babilônia) 2:37-38
PRATA (Medo-Pérsia) 2:39
BRONZE (Grécia) 2:39
FERRO (Roma) 2:40
“Nos dias destes reis”
“DEUS ESTABELECERÁ UM REINO” 2:44-45
“O tempo está cumprido” . . . (Ma rc o s 1 :1 4 -1 5 )
ISTO FOI FEITO?
O R ein o virá co m poder (Ma rc o s 9 :1 )
Ou ç a m J e su s !
O p od er virá co m o E sp írito San to (Ato s 1 :8 )
O E s p írito S a nto ve io no P e nte c o s te s (Ato s 2 :1 -4 )
QUANDO? C risto fo i exaltad o p ara sen tar-se n o tro n o d e D av i
(Ato s 2 :3 0 , 3 3 -3 6 )
D u ran te o s d ias d o
Imp ério R o man o A Cris to fo i d a d o d omín io , g ló ria e u m re in o (Da n ie l
7 :1 4 ; E fé s io s 1 :2 0 -2 3 )
Re c e b e mo s u m re in o imu t áv e l (He b re u s 1 2 :2 9 )
d o po der, força e glória deste reino (veja 2:21; 4:25). Deus é o soberano governante d o
universo (Jeremias 27:5-8). Se alguém questionar esta declaração, então que explique
como Daniel pôde tão exatamente predizer a queda da Babilônia, bem como as sucessivas
ascensões e quedas de outros três impérios mundiais? Além do mais, porque não houve
outros impérios mundiais? Desde os dias do império romano (durante o qual o reino de
Deus foi estabelecido, 2:44), não houve outro domínio imperante mundial.
2:39 S Outros reinos que terão “domínio sobre toda a terra” sucederiam a Babilônia. O
peito e os braços de prata representavam o reino da Medo-Pérsia (veja 5:28; 8:20). Este
seria sucedido pelo reino da Grécia (Macedônio) conduzido por Alexandre o Grande (veja
8:21). Daniel não se estende sobre nenhum destes impérios mundiais. Esta não é uma lição
de história, mas o objetivo é mostrar pela inspiração profética que Deus está no comando
e que seu reino s eria estabelecido. Todos estes reinos terrestres caíram por decreto divino.
A brevidade desta descrição é diferente do que qualquer homem te ria escrito. A exatidão
desta profecia é diferente do que qualquer homem pode ria ter escrito. O poder da profecia
cumprida confirma a inspiração das Escrituras e repele os esforços dos infiéis que negam
a inspiração.
2:40-43 S O quarto reinado é o império romano, representado pelas pernas de ferro e os12
pés de ferro e de argila lodosa. Roma era forte, e o ferro era um símbolo apropriado (veja
7:7). Contudo, este reino era fraco dentro de si, o que é representado pela mistura de ferro
com argila. Ainda que fosse capaz de conquistar o mundo, Roma jamais seria capaz de
combinar o povo em um só. Roma teve muitas dificuldades em manter o império coeso e,
finalmente, o império caiu tanto por causa das fraquezas de dentro como pelos exércitos
de fora. É digno de se notar que em nenhum lugar “dez” dedos foram especificados. Muito
é dito sobre isto pelos pré-milenaristas, que tentam dar “interpretação” adicional ao sonho
em s eu esforço para negar o que realmente é dito (isto é, que o reino de Deus foi
estabelecido nos dias do quarto reinado, que era o romano). Não há qualquer outra
interpretação simbólica dos dedos que não seja a fraqueza do reino tendo ferro e argila
misturados.
2:44 S “Nos dias destes reis” (império romano), o reino de Deus seria estabelecido. Jesus
confirmou esta profecia (Marcos 1:14-15; 9:1). Este reino é de origem divina e de duração
eterna (Hebreus 12:28).
2:45 S A pedra não era de origem humana, indicada pelo fato que era cortada sem mãos.
A igreja é o reino de Deus (Mateus 16:18-19). Ainda sendo Deus o soberano Senhor de todo
o mundo, ele tem um povo especial que se submeteu voluntariamente ao domínio de Jesus
Cristo (Colossenses 1:13-14; Apocalipse 1:5-6; 5:9-10; 12:5; 17:14; 19:15; 1 Pedro
3:22; Efésios 1:20-23). O reino de Deus é um reino espiritual (Lucas 17:20-21). O reino de
Deus não permanece forte por causa de sua força física mas por causa do uso da espada
do Espírito (João 18:36; 2 Coríntios 10:3-5). O reino de Deus que foi estabelecido nos dias
do império romano continua até agora. O evangelho tem sido pregado através do mundo,
e onde quer que tenha ido obteve vitória ao voltar os corações dos pecadores para o
domínio de Cristo. Os reinos dos homens têm vindo e ido. Mas desde os dias do império
romano não tem havido nem haverá outro império mundial dominado pelos homens.
Todas as tentativas para fazer isso levaram a nada. Mas o reino de Deus continuará na terra
até a segunda vinda de Cristo, quando será entregue ao Pai (1 Coríntios 15:23-36).
A reação de Nabucodonosor, 2:46-49
2:46-47 S O rei “engrandeceu a Daniel” no sentido que ele o honrou. Mais importante, ele
honrou o Deus a quem Daniel representava. Contudo, os acontecimentos registrados no
próximo capítulo mostram claramente que Nabucodonosor não renunciou aos modos
pagãos nem se converteu completamente ao Senhor. Talvez ele fosse como muitos hoje
em dia que sabem e reconhecem a verdade, mas nunca se submetem plenamente em
obediência.
2:48-49 S Daniel foi posto como chefe supervisor da província da Babilônia, e seus
companheiros também receberam cargos oficiais no reino.
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