1:1 S O começo do cativeiro de Daniel é dado como “o terceiro ano” do reinado de Jeoaquim.
Os críticos gostam de se referir a esta passagem como prova de contradição, porque Jeremias
25:1 diz “o quarto ano de Jeoaquim foi o primeiro ano de Nabucodonosor”. Porém não ocorre
contradição aqui. Jeremias estava falando do ponto de vista hebreu enquanto Daniel estava
falando do ponto de vista babilônio. Os babilônios não contavam o ano no qual um homem se
tornava rei enquanto um ano inteiro de reinado não era completado, enquanto os hebreus
consideravam qualquer parte do ano da ascensão como o primeiro ano. Portanto, o quarto ano
hebreu era equivalente ao terceiro ano babilônio.
1:2 S Antes da invasão de Jerusalém, Nabucodonosor tinha derrotado o Egito em Carquêmis,
o que provou claramente que a Babilônia era o poder dominante (Jeremias 46:2). Ele perseguiu
os egípcios até o sul de Jerusalém onde ele soube da morte de seu pai. Então retornou à
Babilônia para assumir o trono, mas levou consigo alguns cativos judeus e tesouros do templo
para a terra de Sinar, que é a área da Babilônia também conhecida como Caldéia.
“O Senhor lhe entregou nas mãos a Jeoaquim”. Nabucodonosor não teria sucesso se não fosse
permitido por Deus (cf. Jeremias 27:5-8). Isto dá o tom do tema da profecia de Daniel: “Deus
tem domínio sobre o reino dos homens”. Não nos é dito quantos cativos foram levados desta
vez; somente que Daniel, Hananias, Misael e Azarias estavam entre eles. Lembramos esta data
(605 a.C.) como o começo do cativeiro de Judá. Nabucodonosor veio contra Jerusalém mais
duas vezes (597 a.C. e 586 a.C.).
1:3-4 S Nabucodonosor comissionou Aspenaz, chefe de seus servos, para selecionar alguns dos
jovens judeus nobres para serem preparados na sabedoria e cultura dos caldeus. Sabemos que
eram jovens, mas qual exatamente era a idade deles é incerto. Muitos estudiosos pensam que
Daniel tinha entre quatorze e vinte anos. Ele era um jovem de estatura elegante e inteligente, e
agora é selecionado para um papel honroso no reino de Nabucodonosor. Estas vantagens
tentariam a maioria dos jovens a serem orgulhosos e arrogantes, mas Daniel nunca esqueceu
que seu primeiro dever era ser um servo de Deus!
1:5 S O rei favoreceu estes jovens com alimento de sua própria mesa. Durante três anos eles
deveriam receber provisões reais e educação, de modo que pudessem ser preparados para
servir no governo de Nabucodonosor.
1:6-7 S Não somente foram eles iniciados nos costumes babilônios, mas também lhes foram
dados nomes babilônios. Tudo isto provavelmente era destinado a ajudá-los a esquecer suas
fidelidades judaicas; de fato, os novos nomes parecem referir-se a deuses babilônios.
Daniel (“Deus é meu juiz”) S Beltessazar (“um servo de Bel”)
Hananias (“o Senhor é bondoso”) S Sadraque (“inspirado pelo deus sol”)
Misael (“quem é o que Deus é”) S Mesaque (“quem é o que o deus lua é”)
Azarias (“o Senhor ajuda”) S Abednego (“servo de Nebo”)7
B. Daniel se recusa a contaminar-se, 1:8-16.
1:8 S Eles puderam mudar o nome de Daniel, sua lealdade, não. Eles puderam ensinar-lhe o
“conhecimento” babilônio, sua religião, não. O assunto de comer da mesa do rei envolvia sua
relação com Deus. Não nos é dito por que isto “contaminaria” Daniel. Talvez fosse carne que
tivesse sido sacrificada aos ídolos e comê-la teria sido visto como adoração ao ídolo (veja 1
Coríntios 10:28). Ou talvez fosse comida proibida aos hebreus como imunda (Levítico 11), ou
carne que tivesse sido sangrada inadequadamente (Levítico 17:14). Qualquer que fosse a razão
que a faziam errada, “resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se”.
1:9-10 S Aspenaz, o chefe dos eunucos, gostou de Daniel. Mas sua própria vida correria perigo
se fosse descoberto que ele não tinha executado as ordens do rei. Ele argumentou que, se eles
não comessem a comida do rei e não bebessem o vinho do rei, sua aparência logo mostraria
a diferença, e ele então seria condenado à morte.
1:11-13 S Daniel pediu ao eunuco especialmente encarregado dele e de seus três companheiros
hebreus, que lhes desse um período de experiência de dez dias. Ele persuadiu-o a dar-lhes
legumes para comer e água para beber.
1:14-16 S No fim deste período experimental, o eunuco encarregado descobriu que eles
pareciam melhores e mais cheios de carne do que todos os outros que tinham comido a
comida do rei. Portanto lhes foi concedido seu pedido de legumes e água durante todo o
período de treinamento.
C. Deus recompensa seus servos fiéis, 1:17-21.
1:17 S O sucesso destes quatro jovens hebreus foi o resultado da bênção especial do Senhor.
Deus lhes deu destreza em todo o conhecimento e sabedoria. A Daniel foi dada a capacidade
de entender o significado dos sonhos e visões.
1:18-19 S Eles foram levados diante do rei para serem examinados, depois de completados
seus três anos de preparação. Daniel e seus três companheiros hebreus ultrapassaram todos
os outros.
1:20-21 S Eles eram “dez vezes” melhores (um esplêndido grau) do que todos os outros sábios
do rei. Foram indicados para a equipe permanente de conselheiros. Daniel continuou ainda “até
ao primeiro ano do rei Ciro”, o que mostra que sobreviveu em um novo império. Realmente,
Daniel 10:1 afirma que ele recebeu uma visão no terceiro ano de Ciro; assim, isto não pretende
d izer-nos quando ele morreu ou parou de profetizar, mas que seu trabalho abrangeu todo o
período babilônio.
Aplicações para os Dias de Hoje:
1. Daniel 1:8 S A obediência fiel deve partir do coração do homem. Nenhum dos servos de Deus
ficará sem prova. Aqueles com atitude displicente, que servem só quando convém, cairão na
tentação do diabo (Efésios 6:10-18; Romanos 6:16-18).
2. Danie l 1:17 S Deus opera em seu povo para cumprir seu propósito. Mesmo no cativeiro
babilônio Deus usou seu povo quando preparava uma parte para a vinda do Messias. Ele
abençoou os fiéis com o sucesso. Hoje ele continua a recompensar aqueles que, com a
coragem da convicção, defendam Jesus Cristo (Marcos 10:29-30; 2 Timóteo 1:12).
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