9/29/2008

Efésios 4:1-16

Neste parágrafo, Paulo chega a um dos temas principais do livro. A igreja é o corpo de Cristo (1:22-23). Jesus é a paz que venceu a inimizade e a separação (2:14). A sabedoria de Deus é manifesta na igreja (3:10-11). Participamos do amor de Deus (3:17-19). Considerando todos esses fatos, devemos estar unidos.
Devemos andar de modo digno da nossa vocação (1). Fomos chamados para ser santos (1:1). Portanto, devemos nos manter santificados, separados da imundícia do mundo.
**Obs.: Unidos e separados. É importantíssimo observar o equilíbrio no Novo Testamento entre a santidade e a unidade. Grandes textos que falam sobre a unidade dos servos de Deus também destacam a separação do pecado. Um dos exemplos mais nítidos é João 17:14-23. Os discípulos não são do mundo e precisam manter a sua santificação. Mas, por outro lado, Jesus ora ao Pai pela união dos discípulos com Deus e uns com os outros. Qualquer ensinamento sobre a unidade cristã precisa começar com a santificação. Sem a santificação, não podemos ter união com Deus (Hebreus 12:14; 2 Coríntios 6:14 - 7:1), e qualquer comunhão com outros homens se torna vã.
Atitudes essenciais para a unidade entre cristãos (2-3). Considere bem as atitudes e os comportamentos que Paulo pede para ter a unidade:
(1) Toda a humildade: modéstia em pensamento e comportamento. "Toda" nos lembra que esta característica deve governar tudo que fazemos e pensamos.
(2) Mansidão: Bondade e submissão. Esta atitude não disputa com Deus, porque aceita a autoridade dele. Em relação ao homem, é tolerante e pronto para perdoar.
(3) Longanimidade: Paciência, tolerância, perseverança, não facilmente provocado.
(4) Suportando uns aos outros em amor: Amor constante, apesar das falhas dos outros. Procura ajudar ao invés de destruir.
(5) Esforço diligente: Trabalho árduo; dedicação. A unidade não vem por acaso, e não é mantida sem esforço.
A natureza espiritual da unidade (3-6). Jesus é a paz (2:14), e a paz entre seus discípulos é claramente espiritual. Elementos que nos unem:
(1) Unidade do Espírito: O Espírito Santo revelou a mensagem para Paulo e outros, a mesma palavra que eles repassaram para nós (3:2-9). A unidade que Deus quer não é carnal, mas espiritual.
(2) Vínculo da paz: É a paz que liga os seguidores de Jesus.
(3) Um corpo: Jesus é o cabeça da igreja dele (veja Mateus 16:18). Ele não governa as igrejas humanas que desrespeitam a palavra dele.
(4) Um Espírito: O mesmo Espírito é a fonte de tudo que nos une (veja 1 Coríntios 12:13-20).
(5) Uma esperança: A convicção do galardão que vem por meio do evangelho de Cristo (veja Colossenses 1:23,27; 1 Tessalonicenses 1:3).
(6) Um Senhor: Servimos exclusivamente aquele que tem toda autoridade (Mateus 28:18; Atos 2:36). Não podemos servir dois (Mateus 6:24).
(7) Uma fé: Não é minha fé ou sua fé (subjetiva), mas "a fé" (objetiva). A fé não vem de mim; ela foi entregue aos santos (Judas 3). O evangelho é a fé que nos une. Doutrinas, tradições e opiniões de homens são as coisas que nos dividem.
(8) Um batismo: o batismo nas águas para remissão dos pecados nos dá entrada em Cristo (veja 5:26; Gálatas 3:26-27; Atos 2:38; 22:16).
(9) Um Deus e Pai de todos: O monoteísmo é a posição apresentada e defendida nas Escrituras desde a criação. A Bíblia fala sobre Deus usando pronomes plurais (Gênesis 1:26) porque há três pessoas distintas mas perfeitamente unidas (veja Marcos 1:9-11; João 17:21; 2 Coríntios 13:13).
**Obs.: Unidade artificial ou carnal. Em contraste com a unidade do Espírito citado por Paulo, existem muitas maneiras de criar e manter unidade artificial ou carnal entre pessoas. A unidade que Deus quer exige, em primeiro lugar, a comunhão com Deus. Se eu estou em comunhão com ele, e você está em comunhão com ele, nada impede nossa comunhão um com o outro. Esta unidade não é forçada, nem um mero vínculo externo; é unidade do Espírito, baseada na verdade que Deus revelou. Na medida que cada pessoa se submete à vontade de Deus, as mesmas pessoas terão concordância entre si. Infelizmente, muitas pessoas querem unidade sem o esforço diligente que Deus requer. As maneiras mais comuns de criar tal unidade são: (1) Obrigar conformidade por meio de regras, doutrinas oficiais, decretos de líderes, concílios, congressos, ou conferências. Esta abordagem cria unidade superficial dentro de uma seita ou denominação, e pode ajudar em manter uma aparência de comunhão, mas não é a unidade do Espírito. (2) Ignorar diferenças, diminuindo a importância de determinadas doutrinas ou convicções que homens julgam ser de pouca importância. Esta abordagem ecumênica se reflete quando pessoas chamam outros de irmão sem saber nada sobre a vida da pessoa, nem se ela foi realmente convertida a Cristo. (3) Valorizar a unidade acima de tudo. A unidade é importante, e devemos nos esforçar diligentemente para preservá-la. Mas, jamais devemos sacrificar a verdade para manter a unidade. "A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois pacífica..." (Tiago 3:17). Não temos direito de colocar a paz acima da pureza da palavra.
4:7-16
Deus não pede a unidade sem nos oferecer os recursos necessários para tê-la. Este parágrafo mostra como Deus nos equipou para construir e manter uma igreja unida.
Jesus subiu aos céus e concedeu a graça (7-10):
(1) Antes de subir para assumir a sua posição à destra do Pai, Jesus desceu à terra, até as regiões inferiores da terra (veja João 3:13; Filipenses 2:5-8).
(2) Depois de mostrar a sua submissão, cumprindo a missão que o Pai lhe deu, Jesus foi exaltado.
Ele concedeu servos para edificar o corpo de Cristo (11-12):
(1) Apóstolos: enviados ao mundo com o evangelho.
(2) Profetas: pessoas que recebiam e comunicavam a palavra de Deus.
(3) Evangelistas: homens que divulgam as boas novas.
(4) Pastores e mestres: também conhecidos como presbíteros (anciãos) e bispos (veja Atos 20:17,28).
**Obs.: Por que esta ordem? Algumas pessoas procuram usar o versículo 11 para estabelecer uma hierarquia de autoridade, dizendo que evangelistas têm autoridade sobre pastores. Mas, no contexto da mensagem de Efésios podemos perceber outro motivo na seqüência que Paulo usou aqui. Apóstolos começaram a revelação da mensagem e impuseram as mãos e transmitiram o dom de profecia a alguns que continuaram revelando as boas novas. Evangelistas acompanharam os apóstolos ou ficaram em algumas cidades para continuar o trabalho, fortalecendo as igrejas. Algum tempo depois do estabelecimento de novas igrejas, pastores foram escolhidos nas congregações locais (Atos 14:23; Tito 1:5) para guiar a igreja.
Estes dons (pessoas) concedidos por Jesus têm o propósito de:
(1) Aperfeiçoar os santos para o serviço deles (12).
(2) Edificar o corpo de Cristo (12).
(3) Contribuir à unidade de todos (13).
(4) Conduzir outros ao conhecimento de Jesus (13).
(5) Ajudar a igreja a amadurecer-se (13-16). Cristãos fortes não serão levados por falsas doutrinas, nem pela astúcia dos homens.
**Obs.: Evitando a destruição de falsas doutrinas. Devemos nos preocupar com a possibilidade de infiltração de falsas doutrinas na igreja do Senhor. Mas a defesa contra tal ameaça não deve ser por táticas carnais de imposição de regras e doutrinas oficializadas. A nossa única defesa é o ensino da palavra pura (13-14; veja 1 Coríntios 1:10).
**Obs.: Todos os membros contribuem à edificação do corpo (15-16). Cristo é a cabeça. A verdade é o alimento. O amor é o motivo. O crescimento é o resultado.

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