4/13/2011

(Ezequiel 29:1 - 32:32

Consideramos as profecias sobre os vizinhos de Judá. Nos capítulos
29 a 32, Deus continua falando sobre castigos dos povos pagãos,
especificamente a nação poderosa do Egito.
Durante alguns séculos, o Egito tinha sido o principal rival dos poderes mesopotâmios – a Assíria
até o final do sétimo século a.C., e a Babilônia nas décadas depois da queda da Assíria. Durante
este tempo, os reinos na Palestina (Israel até a sua queda em 721 a.C., e Judá até a sua queda em
586 a.C.) vacilaram nas suas alianças – às vezes se alinhando com os egípcios e, outras vezes,
procurando o favor dos impérios da Mesopotâmia, esquecendo frequentemente do verdadeiro
protetor – Deus.
Nestes capítulos, Deus mostra que o Egito não teria poder para resistir a vingança divina executada
pela Babilônia. Da mesma forma que Deus usaria esta nação para punir o povo de Judá, ele
humilharia os egípcios pela espada babilônica.
I. Observações sobre Estas Mensagens
A. Deus deixa de falar sobre os vizinhos e agora dá atenção ao reino que o povo Judá havia
procurado como aliado para protegê-lo dos babilônios
B. Nestes quatro capítulos, Ezequiel apresenta sete mensagens ou palavras do Senhor, sobre
o Egito
C. Várias vezes, Deus usa o mesmo refrão já encontrado nos capítulos anteriores: “saberão
que eu sou o Senhor” (29:16,21; 30:19,25,26; 32:15)
D. Seis destas mensagens incluem referências às datas, que abrangem um período de 17
anos entre 587 e 571 a.C. Podemos organizar estas mensagens cronologicamente:
1. A primeira palavra (29:1-16) – no 10º ano, 10º mês, 12º dia
2. A segunda palavra (30:20-26) – no 11º ano, 1º mês, 7º dia
3. A terceira palavra (31:1-18) – no 11º ano, 3º mês, 1º dia
4. A quarta palavra (32:17-32) – no 12º ano, 1º mês, 15º dia. Veja os comentários abaixo
sobre esta data
5. A quinta palavra (32:1-16) – no 12º ano, 12º mês, 1º dia
6. A sexta palavra (29:17-21) – no 27º ano, 1º mês, 1º dia
7. Uma palavra sem data, possivelmente da mesma data da anterior, ou seja 571 a.C.
(30:1-19; cf. 29:17). Neste caso, seria a sétima da série de profecias
E. No nosso estudo aqui, vamos considerar as profecias na seqüência que Ezequiel as relatou
II. As Profecias sobre o Egito
A. O Egito condenado por crimes cometidos contra Israel (29:1-16)
1. Esta profecia foi a primeira na seqüência desta série, e foi dada um ano depois da
Babilônia sitiar Jerusalém (29:1-2; cf. 2 Reis 25:1)
2. O Egito havia se exaltado, esquecendo que dependia de Deus até para sua própria
vida, que dependia do rio (Nilo) que Deus tinha feito (29:3)
3. O Egito seria castigado como um crocodilo e peixes jogados no deserto (29:4-5)
4. O Egito não apoiou o povo de Israel na sua necessidade e, por isso, seria castigado por
Deus (29:6-7)46 Estudo do Livro de Ezequiel
5. Devido aos crimes deste povo, o castigo do Egito seria severo (29:8-12)
6. Depois do castigo de 40 anos, os egípcios seriam restaurados à sua terra, mas não
seriam exaltados à posição de um império mundial (29:13-16). O Egito ainda existe
como nação, mas nunca voltou à importância que tinha até o 7º século a.C.
B. O Egito seria dado a Nabucodonosor (29:17-21)
1. A data mencionada aqui é a última no livro, mostrando que Ezequiel continuou seu
trabalho profético até, pelo menos, 571 a.C.
a. Esta data foi pouco tempo depois do fim do cerco de Tiro pelos babilônios, assim
explicando o comentário de 29:18
b. Conforme registros históricos, a Babilônia atacou o Egito aproximadamente três
anos depois desta profecia
2. O cerco de Tiro por Nabucodonosor levou à subjugação daquela cidade aos
babilônios, mas evidentemente não rendeu espólios suficientes para financiar a longa
campanha (29:18)
3. Portanto Deus pagaria o salário dos babilônios, permitindo que tomassem os despojos
do Egito (29:19-20)
4. O castigo do Egito está ligado à prosperidade de Israel (29:21). Seja uma referência
ao resultado da vitória de Nabucodonosor, uma referência à volta do cativeiro ou uma
citação messiânica, o ponto é claro. É Deus, e não o Egito, que traz prosperidade para
seu povo (cf. 28:24-26)
C. O Egito e seus aliados cairiam (30:1-19)
1. Esta é a única nesta série de “palavras” que não inclui a data
2. Deus usaria a Babilônia como seu instrumento de justiça para castigar o Egito e seus
aliados – Etiópia, Pute, Lude e Arábia (30:1-12)
3. A abrangência deste julgamento é frisada pelas citações de vários lugares no Egito
(30:13-19)
D. O poder de Faraó seria quebrado (30:20-26)
1. Esta profecia é a segunda na série, sendo feita aproximadamente três meses depois
da primeira (30:20; cf. 29:1)
2. Deus já havia quebrado o braço do Faraó que, por falta de tratamento, não tinha se
recuperado e não conseguia tomar a espada (30:21)
3. Deus quebraria os dois braços, deixando o rei totalmente incapaz de se defender
(30:22-23)
4. Ao mesmo tempo, Deus fortaleceria os braços do rei da Babilônia e lhe daria sua
espada para vencer os egípcios (30:24-26)
E. A grande árvore do Egito seria cortada (31:1-18)
1. Esta é a terceira das palavras sobre o Egito, e veio a menos de dois meses depois da
segunda (31:1; cf. 30:20)
2. Deus começa com uma pergunta: A quem pode comparar a grandeza do Egito? (31:2)
3. A Assíria é usada como exemplo comparável (31:3-17)
a. A Assíria é comparada a um cedro do Líbano, uma árvore grande e majestosa
(31:3-9). É como se estivesse no jardim do Éden, superior a todas as outras árvores
(31:8-9)
b. Esta “árvore” se exaltou, e foi humilhada quando Deus a entregou nas mãos dos
seus inimigos (31:10-17). A queda desta nação é comparada à procissão funerária
em que o morto desce à cova (31:15-17; cf. 26:20; 32:17-32)
4. Da mesma maneira, Deus faria o rei do Egito descer à cova da morte (31:18)
F. Uma lamentação contra Faraó (32:1-16)
1. Esta é a quinta das “palavras” nesta série, e foi revelada cerca de 585 a.C. (32:1)
2. A lamentação descreve o Faraó como um crocodilo (a mesma figura de 29:3) que seriaO Atalaia de Israel 47
apanhado na rede de Deus e puxado para fora do rio pelos povos (32:2-3)
3. Faraó (representando o Egito) seria jogado em campo aberto onde os animais
comeriam sua carne (32:4-5)
4. A queda deste rei e do seu povo é descrita através de figuras fortes que sugerem o fim
do mundo – as estrelas, o sol e a lua escurecem – porque seria o fim do mundo deles
(32:6-8; cf. Joel 2:30-31; Mateus 24:29; etc.)
5. As nações lamentariam o castigo do Egito, que seria executado pela Babilônia (32:9-
16). Observamos aqui a semelhança desta profecia com a de Tiro. Depois das nações
lamentarem a queda de Tiro, ele desceu à cova (26:17-20). Depois desta lamentação
das nações sobre o Egito, ele descerá à cova (cf. 32:17-32)
G. O Egito desce à cova (32:17-32)
1. Há incerteza sobre a data desta profecia, devido a questões sobre o texto original
(32:17). Pode ser que esta profecia fosse revelada logo depois da anterior, ou que fosse
revelada antes, como a data na ARA sugere, e que o autor a colocou aqui por causa
do conteúdo, seguindo a mesma seqüência da profecia contra Tiro no final do capítulo
26
2. Apesar de sua beleza e grandeza, o Egito desce à cova e toma seu lugar no meio dos
incircuncisos (32:18-21)
3. Ele passa na frente dos outros mortos – nações ímpias já castigadas por Deus (32:22-
32).
a. Os valentes que apavoravam as pessoas nesta vida serão conduzidos à
conseqüência da sua crueldade
b. No final, é Deus que causa espanto nos corações destes “valentes” – Faraó e seu
povo (32:32)

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