6/05/2011

Salmos 34 - 37

Salmo 34 Davi Louva a Deus por o Salvar dos Inimigos

Este é um dos Salmos acrósticos. Foi escrito na época em que Davi fugia de Saul e se fingiu doido na Filístia. O rei filisteu expulsou Davi de sua presença, e ele viu nisso a mão de Deus. Abimeleque era o título usado pelos reis dos filisteus (veja Gênesis 20:2; 26:1). O relato em 1 Samuel 21:10-15 é mais específico, identificando Aquis, rei de Gate.

1-3 Davi começa este Salmo com palavras de louvor para Deus

4-7 Ele pediu socorro e Deus o livrou de sua tribulação

8-10 Ele afirma a bondade de Deus em proteger e sustentar os fiéis

11-14 Ele ensina aos outros sobre as condições de comunhão com Deus:

Controlar a língua (13)

Apartar-se do mal (14)

Praticar o bem (14)

Procurar a paz (14)

15-18 Deus ouve e abençoa os justos de coração quebrantado, mas destrói aqueles que praticam o mal

19-22 Deus protege e resgata os que confiam nele, mas condena os inimigos dos justos

Salmo 35 Davi Pede Justiça para os seus Inimigos

Salmos como este nos apresentam certas dificuldades. Respeitamos Davi como um dos homens mais espirituais da história humana. De repente, encontramos Salmos imprecatórios nos quais ele pede vingança contra os seus inimigos. Como um homem de coração bom poderia desejar a maldição dos outros? Alguns tentam resolver esta questão sugerindo que o amor do Novo Testamento não se encontra no Velho. Tal explicação é inadequada, pois Jesus achou base no Antigo Testamento para os maiores mandamentos do Novo (Mateus 22:36-40; Deuteronômio 6:5; Levítico 19:18). Ao invés de ver aqui algo inferior, talvez precisemos ver uma espiritualidade e santidade mais profunda do que imaginamos. A santidade é uma das qualidades essenciais do caráter de Deus. A santidade exige a justiça, uma distinção entre o certo e o errado. Não deve nos surpreender que um homem profundamente espiritual desejaria a aplicação perfeita da justiça de Deus. Se Deus mantivesse comunhão com os ímpios, não seria santo, e não incentivaria os homens a serem santos.

1-10 Davi pede que Deus peleje por ele contra os seus inimigos

Ele chama Deus para contender com os seus perseguidores (1-3)

Amaldiçoa os seus inimigos, pedindo que o anjo do Senhor os espalhe e os persiga (4-6). Veja o outro lado do trabalho do anjo do Senhor em 34:7

Ele afirma que os seus inimigos o perseguiram sem causa, e pede que caiam nas suas próprias armadilhas (7-8)

Um vez livre dos inimigos, o salmista louvará ao Senhor (9-10)

11-18 O conflito entre o servo de Deus e seus perseguidores

Eles fazem falsas acusações sem motivo (11-12)

Davi, porém, jejuava, orava e chorava por eles como se fossem amigos (13-14). Estes dois versículos esclarecem o sentido das imprecações de Davi neste e em outros Salmos. Antes de pedir a justiça de Deus, ele já procurava ajudar os seus inimigos (veja Mateus 5:44-45)

Não obstante a bondade de Davi, os inimigos se alegraram com o sofrimento dele, e o maltrataram (15-16)

Não conseguindo ajudar os seus inimigos, Davi pede a justiça de Deus para o livrar da perseguição (17)

Confiante de seu livramento, o salmista adora a Deus (18)

19-28 Davi quer que os fiéis se alegrem e que os ímpios fiquem envergonhados

Ele não quer que os inimigos se alegrem pelo sofrimento dele (19)

Esses inimigos não querem a paz nem o bem para os servos de Deus (20-21)

Davi apela a Deus, pedindo julgamento justo entre ele e os seus inimigos (22-26)

Ele quer que Deus abençoe aqueles que apóiam a justiça dele (27)

Ele louvará a Deus por sua justiça (28)

Salmo 36 Deus Contra os Ímpios

1-4 O caráter dos injustos

São guiados pela voz do pecado, e não por Deus (1; veja Romanos 8:5-6)

Acreditam que o pecado pode ser escondido, e que não trará conseqüências (2)

Falam e praticam a malícia (3)

Sempre, até quando se deitam à noite, pensam no pecado (4). Veja o contraste em 6:6; 1:2; 119:62; etc.

5-9 O caráter de Deus

Benignidade (5)

Fidelidade (5)

Justiça (6)

Poder para preservar a vida (6)

Preciosa benignidade para com os homens (7)

Sustenta os homens com abundância (8)

A fonte da vida e da luz (9)

10-12 O salmista pede a justiça divina

Pede benignidade e justiça para com os fiéis (10)

Apela a Deus, pedindo proteção contra os malfeitores (11)

Os ímpios são derrotados (12)

Salmo 37 Como Encarar a Injustiça no Mundo

A mensagem deste Salmo é semelhante à de livros como Jó e Habacuque. Mesmo quando não entendemos a injustiça que existe neste mundo, podemos e devemos esperar no Senhor. A prosperidade dos ímpios é temporária, mas os íntegros permanecerão para sempre. A mensagem deste Salmo ajuda o servo de Deus ficar livre das doutrinas falsas que sugerem que os seguidores de Cristo serão abençoados materialmente

1-2 Não devemos sentir inveja dos ímpios prósperos, porque a justiça virá

3-6 Devemos confiar no Senhor (3,5), fazer bem (3), habitar na terra dada por Deus (3), alimentar-nos da verdade (3), agradar-nos do Senhor (4) e entregar o nosso caminho a ele (5). Fazendo assim, teremos certeza de sermos abençoados por Deus (5-6). Medite especialmente no significado do versículo 4: “Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração.” Devemos desenvolver a mente espiritual!

7-11 Devemos esperar no Senhor, sabendo que ele nos abençoará. Não devemos nos irritar por causa das injustiças temporárias que existem nessa vida

12-15 Os ímpios não intimidam o Senhor. Serão destruídos pela sua própria maldade

16-20 É melhor ser um pobre que confia em Deus do que ser rico e ímpio

21 A diferença entre o ímpio e o justo se manifesta no seu procedimento. Um é desonesto, e o outro generoso

22-26 Deus não deixará os justos desamparados

27-29 O Salmista apela aos homens a deixarem o mal para serem abençoados por Deus

30-31 As características do justo:

Fala a sabedoria e a justiça (30)

Guarda a lei de Deus no coração (31)

Seus passos não vacilam (31)

32-34 O perverso tenta matar o justo, mas Deus protege os fiéis e extermina os ímpios

35-38 Mesmo os ímpios que se exaltam perecerão. Os homens de paz serão estabelecidos

39-40 Deus salva aqueles que buscam refúgio nele


salmos 38 a 41

Salmo 38 O Pecador Arrependido Pede a Ajuda de Deus

1-8 O homem sobrecarregado de pecado pede a misericórdia de Deus. Compare Romanos 7:24 e considere a profundeza da tristeza e do arrependimento verdadeiro que encontramos neste Salmo. Também pense no alívio que Jesus oferece ao pecador (Mateus 11:28-30)

9-16 Rejeitado e desprezado pelos homens, Davi busca Deus com todo o coração. Medite na importância da declaração dele no versículo 9: “Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos”. Compare Filipenses 4:8 e Mateus 6:21

17-22 Davi se sentia fraco e incapaz de resistir os seus inimigos. Mostrou a sua determinação de fazer o bem, e pediu que Deus o salvasse

Salmo 39 O Homem Aflito Reconhece a Vaidade da Vida

1-3 Davi, sofrendo enquanto os ímpios prosperavam, tentou se calar para não pecar com alguma reclamação contra Deus. Afinal, ele não conseguiu se conter, e começou a falar

4-6 Ele queria saber de Deus sobre a sua expectativa de vida, pois percebeu que a vida do homem é curta, é pura vaidade

7-11 Ele pediu alívio, não querendo que os perversos falassem mal dele por causa do seu sofrimento

12-13 Ele implora a Deus, pedindo alívio do seu sofrimento

Salmo 40 Confiança em Deus, o Libertador

1-3 Davi encerrou o Salmo 39 pedindo socorro, e abre Salmo 40 dizendo que Deus o ouviu e o salvou. Quando Deus nos salva, ele nos coloca em terra firme e nos dá motivo para adorá-lo

4-5 Deus merece o louvor por causa das inúmeras maravilhas que tem feito (veja João 21:25)

6-8 O que Deus deseja do homem é a sua obediência, e não sacrifícios por pecados cometidos contra a vontade do Senhor (veja 1 Samuel 15:22). O autor de Hebreus usa estes versículos para mostrar que os sacrifícios de animais não satisfaziam a Deus, assim explicando a necessidade do sacrifício de Jesus (Hebreus 10:5-7).

9-10 O salmista, resgatado da perdição pela graça de Deus, fala abertamente sobre as boas-novas da salvação. Quando nós realmente apreciamos a salvação em Cristo, falaremos com outras pessoas

11-12 Ele pede livramento dos seus próprios pecados

13-17 Estes versículos são quase idênticos ao Salmo 70. Aqui Davi repete a sua petição por livramento, e pede também que Deus deixe os ímpios envergonhados enquanto liberta os que confiam nele

Salmo 41 Davi Busca a Compaixão de Deus

1-3 O Senhor abençoa e protege o homem que se compadece dos necessitados (veja 37:21)

4 Davi pede a compaixão de Deus, reconhecendo o seu próprio pecado. As palavras dele (sara a minha alma) mostram que o pecador não precisa somente de perdão, que tira a culpa “legal” do pecado. Precisa de renovação, para ser curado da corrupção do pecado (veja 51:10)

5-9 Davi sentiu-se afastado de Deus e vulnerável aos ataques dos inimigos que se regozijaram na sua
calamidade

10-12 Ele olhou para o perdão de Deus, e viu a proteção, a comunhão e a restauração de sua integridade. Deus, de fato, sarou a alma dele!

13 Este versículo é a doxologia do Livro I.

salmos 42 a 49

Salmos 42 Espera em Deus

e 43 Salmos 42 e 43 juntos formam um poema de três estrofes, cada uma terminando com o mesmo refrão (42:5,11; 46:5). Assim é provável que o Salmo 43, também, fosse escrito pelos filhos de Corá.

42:1-5 O salmista tem sede de Deus (veja Mateus 5:6), desejando estar na presença do Senhor, enquanto outros duvidam e questionam a sua comunhão com Deus (1-3)

Ele se lembra da alegria de guiar os fiéis ao templo de Deus (4)

No refrão, ele olha para Deus para acalmar a sua alma inquieta (5)

42:6-11 Nos lugares mais distantes, mais altos, mais baixos e até nas ondas do mar, o salmista lembra de Deus para superar a opressão de seus inimigos (6-10). De novo, eles perguntam: “O teu Deus, onde está?” (10; veja 3)

No refrão, ele novamente acha refúgio em Deus (11)

43:1-5 Esta, a terceira estrofe, apresenta uma mensagem mais otimista e mais convicta. O autor invoca o nome do Senhor para enviar a luz e o guiar ao santo monte, onde o homem louva a Deus (1-4). Esta vez, a última linha antes do refrão muda de questionamento dos inimigos para a afirmação confiante do justo. Nas primeiras duas estrofes, ele repetiu a pergunta dos descrentes: “O teu Deus, onde está?” (42:3,10). Mas esta vez, ele termina com o louvor do crente: “ó Deus, Deus meu” (4)

O mesmo refrão encerra o poema (5)

Salmo 44 O Povo Perseguido Pede Socorro

1-3 Deus estabeleceu o povo de Israel na terra prometida

4-8 Deus, e não o braço humano, deu vitórias para Israel contra os seus inimigos

9-16 Mas agora, ele os deixou sofrer opressão nas mãos dos inimigos

17-22 Mesmo assim, o autor diz que o povo continuou fiel a Deus, e não se entregou à idolatria. Assim ele sugere que os inocentes sofriam a perseguição. Paulo usa o versículo 22 para falar sobre a perseguição de cristãos inocentes (Romanos 8:36), num contexto que frisa o auxílio de Deus na vida dos fiéis

23-26 O Salmo encerra com um pedido a Deus, pedindo salvação da opressão

Salmo 45 O Casamento do Rei

Como freqüentemente acontece em mensagens proféticas, este Salmo evidentemente aplica-se a dois reis. Provavelmente tenha sido escrito em honra do casamento de um rei de Israel ou de Judá, e estende a Jesus, conforme a citação em Hebreus 1:8-9. Ao longo da história, têm surgido várias sugestões em relação à ocasião original do Salmo. Alguns sugerem o casamento de Salomão com a filha do Faraó (1 Reis 3:1), ou de Salomão com uma princesa sidônia (veja 1 Reis 11:1-5). Outros sugerem o casamento de Acabe com Jezabel (1 Reis 16:31). Ainda outros acham mais provável o casamento de Jeorão, um descendente de Davi, com Atalia, filha de Acabe e Jezabel e, por isso, descendente dos reis de Sidom (2 Reis 8:16-18,25-26).

1-5 O rei é elogiado por sua beleza, coragem, glória, justiça, etc.

6-9 A citação em Hebreus 1:8-9 claramente aplica os versículos 6 e 7 ao Messias, e serve para reforçar a doutrina da divindade de Cristo. O rei aparece em toda a sua glória, acompanhado pela rainha adornada de ouro (8-9)

10-17 A formosa noiva esquece de seu povo e entra no palácio do Rei, onde é abençoada para sempre (veja Efésios 5:25-27; Apocalipse 19:7-8; 21:2)

Salmo 46 Deus no Meio da Sua Cidade

1-3 O povo confia em Deus para proteção de todo tipo de mal

4-7 Deus está no meio de sua cidade, assim garantindo a segurança do povo. O sentimento deste Salmo foi abusado por gerações posteriores, até o ponto que Jeremias falou que a presença do templo no meio de um povo ímpio não daria proteção para ninguém (Jeremias 7:1-15). Da mesma maneira,muitas pessoas hoje confiam em alguma coisa, talvez alguma imagem ou uma igreja como garantia da salvação. Nenhuma coisa garantirá a salvação de pessoas que desrespeitam a palavra de Deus

8-9 Deus mostrou a sua mão forte nas vitórias contra vários povos

10-11 Deus, exaltado entre as nações, é o refúgio do seu povo

Salmo 47 Deus É o Grande Rei

1-4 O salmista convida os homens a louvarem o tremendo Deus que exaltou o seu povo sobre as nações

5-9 Deus, o Rei de toda a terra, merece a adoração de todos

Salmo 48 Louvor na Cidade de Deus

1-3 Deus é exaltado na sua cidade, no seu santo monte

4-8 Deus estabelece o seu poder em sua cidade, e espalha os reis inimigos

9-11 Onde ouve-se o nome de Deus, ele merece adoração por sua perfeita justiça

12-14 Sião (o monte do templo em Jerusalém) foi estabelecido e mantido pelo poder de Deus. Ele é o Deus eterno e o guia para sempre

Salmo 49 A Vaidade da Vida do Homem Materialista

1-4 O salmista (dos filhos de Corá) introduz este Salmo didático dirigido a todos os homens, ricos e pobres

5-6 O servo do Senhor não tem motivo para temer os ímpios que confiam nos seus bens materiais

7-14 A riqueza não salva! Ninguém pode ser remido com dinheiro. Todos morrerão e deixarão os seus bens para outros. Os ricos se dedicam ao acúmulo de bens, ou ao desejo de deixar algum tipo de memorial para o futuro, mas o próprio homem morre como um animal. Obs.: Alguns grupos religiosos usam trechos como este, especialmente versículos como 12 e 20, para defender doutrinas de aniquilamento dos ímpios. Devemos lembrar que os Salmos usam linguagem poética e que freqüentemente falam do ponto de vista terrestre. Da mesma maneira que alguém poderia sugerir que a morte traz destruição total, este Salmo também fala de “habitar” na sepultura (14) e de estar com os pais (já mortos) num lugar de trevas (19). Este Salmo não ensina o aniquilamento dos perversos.

15 Em contraste com os perversos, que não acham redenção nas riquezas, o justo confia na redenção divina, sabendo que estará com Deus

16-20 Não devemos temer os ímpios, pois não vencerão a morte. A “vitória” deles é pura vaidade

6/02/2011

Salmos 50 - 57

Salmo 50 A Adoração que Agrada a Deus

1-6 Antes de falar sobre o tipo de adoração que Deus quer, Asafe frisa o ponto principal: a adoração é dada ao próprio Senhor, o Poderoso

7-13 Deus não precisa de sacrifícios, pois tudo já pertence a ele

14-15 O que ele quer é a gratidão e a obediência de homens que confiam nele (veja 1 Samuel 15:22-23)

16-22 Ele não tem prazer nas palavras do ímpio, quem adora com os lábios e não com o coração (veja Mateus 15:7-9). O perverso:

Rejeita a correção que vem da palavra de Deus (17)

Acha prazer e se torna cúmplice do pecado dos outros (18)

Usa a língua para maltratar outros (19-20)

Acha-se igual a Deus (21)

Esquece de Deus (22)

23 Deus quer a gratidão e a obediência do homem

Salmo 51 O Arrependimento de Davi

Antes de estudar este Salmo, leia a história do pecado de Davi com Bate-Seba (2 Samuel 11-12). Neste Salmo, Davi mostra seu arrependimento e procura voltar à comunhão com Deus

1-2 Davi pede perdão, apelando à benignidade e à misericórdia de Deus

3-6 Ele reconhece o seu pecado contra Deus, e sente-se muito longe do Senhor. Embora o pecado dele tenha atingido muitas outras pessoas, este Salmo se trata do problema maior: o rompimento da comunhão com Deus (4). Deus agiria de uma maneira totalmente justa se castigasse Davi com a morte merecida (veja 2 Samuel 12:13). Alguns usam o versículo 5 para defender a doutrina de pecado “original” ou “herdado”, mas o ponto de Davi é outro. Este Salmo fala de pecado cometido por ele, e a descrição no versículo 5 enfatiza a distância entre o pecador e o seu Deus. Ele se sentiu tão longe de Deus que foi como se nunca o conhecesse

7-12 Davi pede purificação e renovação. O que ele precisou – e todo pecador precisa – foi de um coração novo, purificado e restaurado por Deus. Faremos bem lembrando que o pecador precisa de mais do que o perdão legal; necessita-se de um coração curado por Deus (veja 41:4)

13-15 Uma vez perdoado, Davi ensinaria aos outros o caminho do Senhor e louvaria a Deus. Obs.: O pecado impede o louvor e o evangelismo. Quando as nossas transgressões interrompem a comunhão com Deus, perdemos a vontade e a força para divulgar a palavra e para adorar ao Senhor. Desta maneira, todos perdem: a pessoa que volta ao pecado perde a sua comunhão com Deus, os pecadores ao seu redor perdem a oportunidade de ouvir sobre a salvação, e Deus não recebe o louvor que ele merece

16-19 Deus não quer apenas sacrifícios e holocaustos. Ele quer o espírito quebrantado e o coração contrito. De pessoas que manifestam essas atitudes, ele aceitará o louvor e manterá comunhão com elas (veja 50:7-13)

Salmo 52 A Condenação de um Homem Poderoso

O título relaciona este Salmo à época em que Davi fugia de Saul e pediu ajuda ao sacerdote em Nobe. Doegue, um pastor edomita, falou para Saul da visita de Davi em Nobe, e Saul mandou que o edomita matasse 85 sacerdotes. Para melhor entender este Salmo de Davi, leia primeiro 1 Samuel 21:1-9; 22:6-23.

1-4 Em contraste com a eterna bondade de Deus, o perverso confia em destruição, engano e maldade

5-7 Deus destruirá o homem que confia nos seus bens, assim dando vitória aos justos

8-9 Davi confiava na misericórdia e na bondade de Deus

Salmo 53 A Insensatez da Incredulidade

Este Salmo é quase idêntico ao Salmo 14

1 Negar a existência de Deus é uma decisão insensata que leva a prática de coisas inconvenientes

2-3 Deus olha do céu e vê a injustiça geral dos homens

4 Será que os pecadores não entendem que a sua maldade terá conseqüências? O problema é que eles não invocam o Senhor

5 Deus castiga e espalha os perversos

6 Davi fala do seu desejo, até da sua ansiedade, de ver a salvação que vem de Deus

Salmo 54 Davi Pede Livramento dos seus Perseguidores

O título deste Salmo se refere à ajuda que os zifeus deram a Saul quando este procurava Davi. Leia 1 Samuel 23:14-29 e 26:1-16

1-3 Davi apela a Deus por livramento dos perseguidores, homens violentos que não respeitavam a Deus

4-5 O mesmo Deus que sustenta a vida do justo também castiga os ímpios. O caráter de Deus – especificamente a sua santidade, justiça e fidelidade – exige a distinção entre os que praticam o bem e aqueles que praticam o mal. Deus, necessariamente, sustenta a vida dos fiéis e destrói os perversos

6-7 Salvo dos seus inimigos, Davi adora a Deus

Salmo 55 Davi Pede Justiça Contra os Traidores e Perseguidores

1-5 Davi sentiu muito medo por causa dos seus perseguidores, e perplexidade enquanto esperava a resposta de Deus

6-8 Se tivesse asas, ele fugiria para um lugar seguro e protegido dos tumultos e ventos tempestuosos

9-11 Ele pediu a justiça de Deus contra os malfeitores que praticavam a perversidade em toda parte da cidade

12-14 A parte mais difícil para Davi foi o fato de ser traído por um amigo íntimo que andava e até louvava a Deus com ele

15 Este versículo continua a descrição da violência na cidade (veja 9-11)

16-18 Davi procura a sua ajuda em Deus, invocando o Senhor o dia todo

19-21 Ele confia em Deus para castigar os perversos não arrependidos, que usam palavras brandas para enganar e esconder a sua malícia

22-23 Ele afirma novamente a sua confiança no Deus justo, que protege o justo e destrói o homem violento e fraudulento

Salmo 56 Davi Confia em Deus para o Livramento das Mãos dos Filisteus

Quando Davi fugia de Saul e chegou até Gate, ele temeu os filisteus. Este Salmo reflete a sua confiança em Deus naquela situação. Leia a história em 1 Samuel 21:10-15

1-4 Davi pede a proteção de Deus contra os seus muitos inimigos. O refrão do versículo 4 é quase igual ao dos versículos 10 e 11. Romanos 8:31 mostra a mesma confiança em Deus

5-7 Ele viu os inimigos tramando a sua morte, e pediu a justiça de Deus

8-11 Deus se compadece do sofredor e o protege da tribulação

12-13 Davi promete cumprir os seus votos a Deus, porque este o salvou

Salmo 57 Deus Envia a Sua Misericórdia e a Sua Fidelidade

Quando fugia de Saul, Davi se escondeu na caverna de Adulão em Moabe (1 Samuel 22:1-2) e, em outra ocasião, numa caverna no deserto de En-Gedi, no território de Judá (1 Samuel 23:29 - 24:22). Em um desses momentos, ou em outra ocasião semelhante, Davi escreveu este Salmo. Duas palavras são repetidas como base da confiança de Davi em Deus: misericórdia e fidelidade

1-5 Davi pede ajuda a Deus, confiando na misericórdia do Senhor (1). Ele espera a ajuda divina para se livrar dos seus inimigos (1-4). A primeira estrofe se encerra com o refrão de louvor no versículo 5

6-11 Os inimigos prepararam uma cova para Davi, mas eles mesmos caíram nela (6). Veja o relato de 1 Samuel 24, quando a situação foi invertida e Davi teve oportunidade de matar Saul. Davi confirmou a sua confiança no Senhor e o adorou (7-10). Esta estrofe termina com o mesmo refrão da primeira


Salmos 58 - 67

Salmo 58 Davi Pede o Castigo de Juízes Injustos

1 Ele pergunta aos juízes: Vocês falam a verdade e julgam com justiça?

2-5 Davi mesmo responde sobre esses juízes, dizendo que fazem tudo contra os princípios da retidão (2), que sempre se dedicavam ao erro (3), que espalham seu veneno (4) e que recusam a instrução (4-5)

6-9 Reconhecendo que esses juízes são incorrigíveis, Davi pede a punição divina para eles

10-11 Estes últimos dois versículos são importantes para entender os Salmos imprecatórios. O justo sente alegria quando Deus castiga o perverso porque este ato prova a existência de um Deus justo e santo

Salmo 59 Davi Pede Justiça e Salvação

Este Salmo foi escrito quando as forças de Saul sitiaram a casa de Davi. Leia o relato em 1 Samuel 19:11-18

1-5 Davi pede livramento de seus inimigos, dizendo que ele não tinha pecado que merecia a violência deles (1-4). Ele pediu para Deus vir e ver (4). Ele queria que Deus visse a maldade dos inimigos (5) e a inocência dele (4)

6-9 Estes versículos servem como um tipo de refrão, sendo paralelos em construção (porém não idênticos) a versículos 14-17. Nos dois trechos ele fala dos inimigos como cães uivando em volta da cidade (6-7,14-15). Em contraste com os inimigos, Deus é o forte refúgio (8,16). Davi confia na força de Deus e o louva (9,17)

10-13 Deus virá como vingador contra os inimigos de Davi. Mas a vingança não é principalmente para o benefício do próprio salmista. Quando Deus castiga os ímpios, ele responde à pergunta irreverente do versículo 7 (Quem há que nos escute?) com esta afirmação: “...e se saiba que reina Deus em Jacó, até aos confins da terra” (13)

14-17 Veja os comentários acima (6-9) sobre a construção destes versículos, que encerram o Salmo com uma mensagem de louvor confiante

Salmo 60 Deus Protege os Seus e Castiga os Inimigos

2 Samuel 8,10,11 e 12 e 1 Crônicas 18-20 falam sobre as batalhas de Davi contra os siros e amonitas, dando uma noção da circunstância deste Salmo. Para Davi e o povo de Israel, as vitórias vieram depois de serem humilhados pelos inimigos

1-3 Deus castigou o seu próprio povo, até ao ponto de eles se sentirem rejeitados

4-5 O salmista pede livramento e proteção dos fiéis

6-8 O santo Deus faz distinção entre o povo dele e os povos ao redor. Ele protege o seu povo, e rejeita os povos vizinhos

9-12 Apesar das derrotas sofridas quando Deus não saiu com o exército, Davi ainda confia no Senhor para livramento e vitória. Ele recusa procurar ajuda de homens, confiante que Deus lhe daria vitória

Salmo 61 Leva-me para a Rocha Alta

1-2 Dos confins da terra, Davi pede socorro de Deus

2-5 Ele quer subir à rocha alta de refúgio em Deus

6-9 Deus ouviu a súplica do rei, e este quer permanecer na presença do Senhor para adorá-lo para sempre

Salmo 62 Confiar em Deus

1-4 A única pessoa digna de confiança total é Deus (1-2). Os homens, em vão, procuram derrubar outro homem com suas palavras falsas (3-4)

5-8 Davi repete o refrão dos versículos 1 e 2 com pouca modificação (5-6). Ele expressa a sua confiança e chama o povo a depositar também a sua fé em Deus (7-8)

9-12 Não pode confiar em homens, nem na prosperidade material (9-10). A única certeza se encontra em Deus, a quem pertence poder e graça (11-12)

Salmo 63 A Alma Sedenta no Deserto

Davi escreveu este Salmo no deserto de Judá. Sabemos que ele foi para o deserto de Judá quando fugiu de Saul. Mas, pelo fato de ele se identificar como rei, é mais provável que se refira ao tempo da fuga diante de Absalão, quando esperou ansiosamente no deserto de Judá antes de atravessar o Jordão (veja 2 Samuel 15-17)

1-4 A alma sedenta busca a Deus, com um desejo forte de louvá-lo enquanto tem vida. O versículo 4 deve ser o lema de todos os servos de Deus, independente das circunstâncias

5-8 Devido à ajuda que Deus lhe deu, o Salmista sente alegria em meditar em Deus

9-11 O rei sente alegria por saber que Deus trará justiça contra os seus inimigos

Salmo 64 Proteção Contra os Perversos

1-6 Davi pede proteção contra os inimigos, que ocultamente conspiravam contra o homem íntegro. Eles acharam que ninguém descobriria o seu pecado e se envolveram cada vez mais nos seus planos perversos

7-10 Deus traz a justiça, deixando a própria língua dos ímpios voltar contra eles (7-8). Todos os homens verão a justiça de Deus (9), e os justos se gloriarão nele (10)

Salmo 65 Louvor a Deus por Ter Abençoado o Seu Povo

1-4 Deus abençoou o seu povo espiritualmente, perdoando os seus pecados e permitindo a comunhão com ele

5-8 Deus abençoou o povo dele acima dos outros povos, mostrando o seu poder para todos as nações

9-13 Ele abençoou o povo materialmente, dando-lhes uma boa colheita

Salmo 66 Louvor a Deus por Seus Grandes Feitos

1-4 Deus merece a adoração por ser poderoso e por ter feito grandes obras. Todos – especificamente os seus inimigos – devem se humilhar diante de Deus

5-7 As obras de Deus são evidentes, e cabe ao homem “vir e ver” (veja João 1:46). O homem honesto reconhece a sua obrigação de investigar as evidências da existência, do poder, do caráter e da vontade de Deus. Entre as obras citadas: Deus deixou o povo atravessar o Mar Vermelho e o Rio Jordão (6), Ele governa e vigia as nações (7), domina os rebeldes (7) e dá alegria aos fiéis (6)

8-12 A obra de Deus mais destacada neste Salmo é a preservação da alma dos servos, feita por meio de provações, para levar o seu povo ao destino de descanso com Deus. É difícil o homem louvar a Deus por causa das provações, mas o salmista aqui as vê como grandes obras de Deus feitas para o bem de seu povo (veja Tiago 1:2-4; 2 Coríntios 12:7-10)

13-15 Depois de passar pela tribulação, é importante fazer os sacrifícios e cumprir as promessas feitas a Deus. Quantas vezes as pessoas fazem promessas a Deus no momento de angústia, e depois esquecem ou deixam de cumprir o seu voto?

16-20 O salmista encerra seu cântico falando para todos que Deus ouviu e respondeu a sua oração

Salmo 67 Bênção e Louvor

1-2 O escritor pede as bênçãos de Deus sobre o povo para mostrar para todas as nações o caminho de Deus para a salvação

3-5 Deus merece o louvor porque ele julga e guia as nações com justiça. Observe que versículos 3 e 5 são idênticos

6-7 Ele volta a pedir as bênçãos de Deus para que os povos possam temer o Senhor


Salmos 68 - 72

Salmo 68 Deus Dispersa os Inimigos e Abençoa os Fiéis

Este Salmo de Davi emprega linguagem de Juízes 5, o cântico de Débora depois da vitória de Israel sobre Jabim e Sísera. Uma leitura de Juízes 4 e 5 ajudará na compreensão deste Salmo

1-3 Davi pede para Deus se levantar e fazer uma distinção entre os ímpios e os justos. Os perversos são dispersos, e os justos se regozijam na presença de Deus

4-6 Deus, que protege os fracos e indefesos, merece a adoração

7-10 A presença de Deus é impressionante. Até o monte Sinai tremia na presença dele (compare Juízes 5:4-5). Este mesmo Deus é o Deus de Israel que abençoa o seu povo, enquanto os ímpios habitam em terra estéril (veja 6)

11-14 Enquanto os reis ímpios fogem da presença de Deus, as mensageiras do Senhor o louvam por seus grandes feitos. Observe a palavra feminina (mensageiras) no versículo 11, e compare o louvor deste Salmo com os cânticos de Miriã, Débora e outras. Especialmente compare Juízes 5:16,24

15-18 Embora o santuário de Deus já se encontrasse em Jerusalém (29), aqui Davi o compara ao monte de Basã, provavelmente monte Hermom, do qual deu para vigiar a terra de Israel. Também refere-se ao monte Sinai, donde veio a voz de Deus quando recebeu os israelitas como seu povo exclusivo. A vitória de Deus em salvar e preservar o povo de Israel olhava para o trabalho maior ainda da salvação em Jesus (compare 18 com Efésios 4:8)

19-23 Deus é louvado por ser o Salvador e Libertador do seu povo, não deixando o inimigo escapar a sua justiça

24-27 Os servos de Deus, músicos, as congregações e os guerreiros adoram a Deus. Benjamim, Zebulom e Naftali são três tribos destacadas na batalha em Juízes 4 e 5. Judá era a tribo real, a partir de Davi.

28-35 Deus se mostra poderoso, e as nações vêm com ofertas para adorar o Senhor

Salmo 69 O Servo Sofredor Pede Socorro

Este Salmo é citado várias vezes no Novo Testamento, especialmente em relação ao sofrimento de Cristo. Nem tudo neste cântico se aplica a Jesus. Podemos melhor entendê-lo como um Salmo do sofrimento de um servo de Deus (Davi) que fornece as imagens necessárias para melhor compreender a angústia de Jesus.

1-4 Ele pede livramento dos seus perseguidores, dizendo que os inimigos o castigaram sem motivo. Veja João 15:25

5 Ao invés de ser maltratado pelos homens, ele confiava em Deus para julgá-lo na sua retidão

6-8 Ele sofreu injustiças, e a sua salvação confirmaria a esperança de outros servos de Deus

9-12 A linguagem do versículo 9 é aplicada a Jesus em João 2:17 e Romanos 15:3

13-18 Ele pede socorro, implorando que Deus responda à sua oração com graça e compaixão

19-21 Comenta de novo sobre a angústia de sua alma diante das perseguições. O versículo 21 toma um sentido profético pelas citações nos relatos da crucificação de Jesus (veja Mateus 27:34,48;
Marcos 15:23,36; Lucas 23:36; João 19:28-29)

22-28 Ele pede o justo castigo para seus opressores. Palavras desses versículos são usadas no Novo Testamento para descrever aqueles que rejeitaram Jesus, incluindo Judas Iscariotes (Atos 1:20) e os judeus incrédulos (Romanos 11:9-10). É difícil aplicar toda a linguagem deste trecho a Jesus, pois o caráter imprecatório desses versículos não combina com a compaixão e graça mostradas na cruz, mesmo para com aqueles que o crucificaram

29-33 O salmista louva a Deus pela salvação que ele proporciona. Deus quer louvor e ações de graças, e não sacrifícios de animais (veja 40:6-8; 51:17; 1 Samuel 15:22-23)

34-36 Pelo fato que Deus o salvou, o servo confia nele para salvar e proteger o seu povo, até nas gerações futuras

Salmo 70 Davi Pede Socorro de Deus

Aqui Davi pede livramento, e pede também que Deus deixe os ímpios envergonhados enquanto liberta os que confiam nele. Já encontramos a mesma mensagem em palavras quase idênticas em Salmo 40:13-17

Salmo 71 O Servo Pede Proteção até à Velhice

1-6 Este Salmo reflete a confiança de um servo que entendia muito bem a sua dependência de Deus depois de muitos anos de serviço ao Senhor. Estes primeiros versículos usam palavras que aparecem dezenas de vezes nos Salmos para mostrar a fé em Deus, tais como rocha, refúgio e fortaleza

7-18 Outros olham para este servo com admiração, mas ele mesmo sabe que vive por causa de Deus, e o louva por isso (7-8). Ele pede para Deus continuar o protegendo até à velhice, não deixando os inimigos achá-lo desamparado (9-13). Este homem quer continuar proclamando as grandezas da justiça de Deus para gerações futuras (14-18). Os versículos 17 e 18 descrevem bem o propósito de Deus para suas criaturas. Da mocidade até à velhice, devemos declarar as boas-novas de Deus aos outros

19-21 Honrando a Deus por suas grandes obras, o salmista mostra sua confiança que, mais uma vez, será salvo e protegido pelo Senhor

22-24 Grato pela salvação que Deus lhe deu, ele encerra o Salmo com adoração ao Senhor

Salmo 72 O Rei Justo

Este é um dos Salmos de Salomão. A sua mensagem se enquadra no contexto de seu pedido a Deus por sabedoria para julgar e governar bem o povo de Israel. Por outro lado, os temas deste Salmo sugerem alguém maior do que Salomão,sugerindo a grandeza do reino de Cristo em cumprimento das promessas a Abraão (veja Gênesis 12:1-3; 2 Samuel 7:8-17)

1-4 O Salmo começa com um pedido – que Deus conceda a justiça ao rei para que este possa governar o povo com eqüidade. Um rei justo defende os aflitos e esmaga aos opressores

5-11 O reino deste rei seria:

Eterno (5,7)

Uma fonte de bênção (6)

Justo (7)

Pacífico (7)

Extenso/Universal (8-11). Obs.: A linguagem do versículo 8 pode ser entendida num sentido limitado, conforme Gênesis 15:18, ou num sentido mais amplo, conforme Atos 1:8

Vitorioso (9-11)

Próspero (10)

12-14 O reino seria assim abençoado por causa da justiça e da bondade do rei

15-17 O rei teria as bênçãos de uma vida longa e próspera com o apoio do povo (15). A terra seria abençoada (16). O reino eterno deste rei traria bênçãos para todos os homens (17; compare Gênesis 12:3)

18-19 Estes dois versículos formam a doxologia do segundo livro

20 Este comentário encerra o Livro II, que contém muitos Salmos de Davi

Salmos 73 - 77

Salmo 73 Enfrentando Dúvidas sobre a Justiça de Deus

Este Salmo fala da luta do autor para compreender as injustiças nesta vida. Serve como exemplo bom para nós, para podermos superar as nossas próprias crises espirituais. Devemos prestar atenção e lembrar bem da mensagem deste Salmo.

1 A verdade que Asafe quer defender: Deus é bom para com seu povo fiel

2-14 A luta: A experiência própria contraria sua tese. Ele passou a invejar os perversos por serem prósperos. Eles se dedicam ao pecado (olhos, coração e língua – 7-9) e ainda têm saúde, prosperidade e a lealdade do povo, que lhes segue. Tudo isso quase levou o Salmista à triste conclusão de que não adianta servir a Deus (13-14)

15-17 Mas espere aí! Mesmo na sua fraqueza, ele teve a cautela de não expor as suas dúvidas aos novos e fracos, pois teria se tornado uma pedra de tropeço (15). Ele reconheceu a dificuldade do assunto, e só achou respostas adequadas em Deus (16-17). Obs.: Aprendemos muito desses versículos: (1) Devemos ter cuidado com as nossas dúvidas. Pessoas que falam abertamente sobre as suas dificuldades espirituais na presença de pessoas fracas podem derrubar a fé destas. (2) Devemos ser humildes para aceitar a dificuldade de alguns assuntos, e não confiar demais em nossa própria capacidade de raciocínio. (3) Sempre devemos buscar respostas em Deus. Somente na sabedoria eterna dele achamos a verdadeira justiça.

18-20 Afinal, ele conseguiu acreditar na justiça de Deus, e entendeu que os perversos seriam castigados

21-22 Seus momentos de dúvida eram momentos de fraqueza, ignorância e de pensamentos irracionais diante de Deus

23-26 Mesmo na angústia e no sofrimento desta vida, ele entendeu que Deus não o abandonou. Teve a bênção de comunhão com o Senhor. Obs.: É erro grave e extremamente perigoso pensar que a nossa relação com Deus se reflete na prosperidade ou na saúde. Mesmo quando sofremos nesta vida, podemos ter certeza que Deus não abandona os fiéis.

27-28 Depois de procurar respostas às suas dúvidas, Asafe afirma a sua confiança no Senhor, e defende ainda a tese do versículo 1

Salmo 74 A Tristeza ao Ver o Templo Destruído

Normalmente pensamos de Asafe em relação ao tempo de Davi (veja 1 Crônicas 6:31,32,39; 16:5,7,37; 25:1,6) e de Salomão (2 Crônicas 5:12). Algumas dessas mesmas citações mostram que a família de Asafe continuou no serviço de louvor no templo nas gerações posteriores. Este Salmo fala da destruição do templo, que aconteceu séculos depois de Davi e Salomão. Porém, sabemos que a família de Asafe continuou o seu serviço durante todo esse tempo até, pelo menos, a época de Esdras e Neemias (veja Esdras 2:41; Neemias 7:44). Desta maneira, podemos entender o Salmo 74 como produto de um ou mais dos descendentes de Asafe

1-3 O Salmo começa com uma série de perguntas e pedidos a Deus, procurando entender os motivos dele em permitir o castigo do povo e a destruição do templo

4-9 Os adversários, aqui tratados como inimigos do próprio Deus, destroem as coisas sagradas e se exaltam contra o próprio Senhor (4-8). O povo fica confuso, sem explicação desta devastação (9)

10-11 As perguntas: (a) Até quando...? (10) e Por que...? (11). São perguntas comuns nas Escrituras, mas o Salmista aqui não vai ao ponto de questionar o caráter de Deus, como veremos nos próximos versículos

12-17 Ele reconhece a grandeza de Deus como Criador e Sustentador do universo

18-23 Baseado no caráter de Deus, o salmista pede que aja a favor do seu povo e conforme a sua aliança, respondendo às blasfêmias dos adversários

Salmo 75 Confiança no Deus Justo

1-2 Este é um Salmo de louvor e graças a Deus por ele ser justo

3-5 O Salmista mostra a sua confiança no Senhor, e avisa aos perversos do perigo de se levantar contra Deus

6-8 Ele não confia nos homens e sim, em Deus, quem exalta os fiéis e castiga os ímpios. A figura do cálice de ira é muito comum na Bíblia, aparecendo nos Salmos e nos profetas do Velho Testamento, e em relação ao sofrimento de Cristo no Novo Testamento. Também é usada no livro de Apocalipse para representar o castigo de povos desobedientes

9-10 O Salmista, confiante na justiça de Deus, encerra o Salmo com louvor ao Senhor

Salmo 76 Louvor pelo Triunfo de Deus sobre os Adversários

Não sabemos a circunstância histórica deste Salmo, mas o conteúdo sugere uma ocasião em que Deus salvou Jerusalém de algum inimigo

1-3 Deus é louvado por salvar Salém (Jerusalém) e Sião (o monte do templo em Jerusalém)

4-6 O poderoso Deus confundiu o inimigo e livrou o seu povo das mãos dos adversários

7-12 Deus é tão grande que ninguém pode resisti-lo. Todos devem louvá-lo e temê-lo

Salmo 77 Deus Ouve as Orações dos Fiéis?

1-2 Asafe, na sua angústia, procura o Senhor em oração

3-10 Pensando em Deus, ele fica desesperado. Será que Deus não ouve as suas orações? Será que a graça divina acabou? Deus se preocupa com os homens?

11-20 Quando lembra do passado, Asafe acha conforto e motivos de confiança em Deus. As obras do passado servem de prova que Deus é grande e poderoso. Este Salmista lembra-se das maravilhas feitas por Deus na salvação do povo de Israel. Obs.: Devemos fazer a mesma coisa. Quando achamos difícil enxergar as obras de Deus no presente, acharemos consolo olhando para o passado, e a fidelidade que ele sempre mostrou em cumprir a sua palavra (veja Romanos 15:4)